domingo, 27 de outubro de 2013

Inclusão do aluno surdo no ambiente escolar.


Inclusão do aluno surdo no ambiente escolar.

                                                                                                                                                                     Alessandra Trindade

Mônica Stochero Tolotti

Neiva Kord Pierini

                                                                                  Raquel Buchmann Rossi

                                                                                  Welington Anarolino da Silva
 

            O aluno surdo tem o direito de ser atendido pelo sistema regular de ensino. No entanto, este pode ser um processo lento, pois, a grande maioria dos professores da rede regular de ensino não está preparada para atender alunos com necessidades especiais. Segundo Schwartzman (apud Rijo, 2009), os professores do ensino regular não têm sido preparados para a tarefa de lidar com crianças com necessidades educativas especiais e sem este preparo, por melhor que seja o método utilizado, as chances de sucesso são muito limitadas. Esta colocação vem ao encontro do que relatou a professora da escola Estadual Vila Velha do município de Palmeira das Missões que respondeu aos questionamentos. Ela possui curso de libras e atende como professora acompanhante de um aluno surdo que frequenta esta escola, ela relata que é importante, mas complicado garantir a inclusão destes alunos.
            A escola em questão possui um aluno no 6º ano do Ensino Fundamental que não domina a língua brasileira de sinais, sua surdez é para oficial, ou seja, ele escuta minimamente com ajuda de aparelho auditivo. Sua comunicação com os colegas e professores se dá basicamente através da leitura labial. Aos poucos ele está aprendendo a comunicação por Libras. Um fator mencionado e que agrava ainda mais a situação é o fato de seus pais não aceitarem a condição do filho e por isso não sabem e nem se interessam em aprender Libras.
            Outras escolas do município de Palmeira das Missões também atendem alunos surdos, mas na modalidade de Sala de Recursos ou atendimento individualizado.
            Há pouco tempo um curso foi disponibilizado para a comunidade por uma universidade que atua no município, mas a procura não foi a esperada.
            Por isso concordamos com o que diz Skliar (apud Rijo, 2009), as crianças surdas, pelo seu déficit auditivo, não podem ser expostas dentro da língua oral; existe, de fato, um obstáculo fisiológico para que isso ocorra. Para eles a língua oral não é a primeira língua, embora seja a primeira, e inclusive a única, que lhes é oferecida.  A língua brasileira de sinais deve ser trabalhada desde o inicio da vida para que a criança cresça conhecendo e aprimorando esta forma de comunicação que para ela deve ser a sua 1ª língua e que todos tenham o mínimo conhecimento desta linguagem para poder compreendê-la.
            Para Lacerda (apud Rijo, 2009), as três principais abordagens de educação de surdos (oralista, comunicação total e bilinguismo) coexistem com adeptos de todas elas nos diferentes países. Cada qual com seus prós e contras, essas abordagens abrem espaço para reflexões na busca de um caminho educacional que de fato favoreça o desenvolvimento pleno dos sujeitos surdos, contribuindo para que sejam cidadãos em nossa sociedade.
            De acordo com a realidade da região existem algumas iniciativas para incluir estes alunos, mas as dificuldades ainda são bem mais salientes e preocupantes. A família aceitar esta condição auxiliar e incentivar, ela é a base para a criança se sentir segura em aprender essa forma de comunicação. Os professores também precisam minimamente se dedicar a conhecer o básico nem que seja para complementar este apoio. Enquanto a sociedade como um todo e o poder publico estes precisam estar sempre em constante diálogo para não acabar prejudicando o interesse maior que é incluir com qualidade este aluno. Incluir só da boca pra fora é fácil.

RIJO, Marcos. A Inclusão de Alunos Surdos nas Escolas Públicas de Passo Fundo, Cuiabá-MT, 2009. Total de folhas do TCC: 48. Instituto Federal do Mato Grosso. Trabalho de conclusão Curso de Especialização: "Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva”

10 comentários:

  1. Oi, Pessoal!

    Essa imagem escolhida é muito significativa. Expressa bem o que é a Língua Brasileira de Sinais!!!!As mãos são a boca e os ouvidos do surdo... Abraços T. Sandra Soares

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    1. Ao procurar as imagens para incluir na postagem foi exatamente esta reflexão que realizei ao ver esta imagem. Ela fala por si só...

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    2. Para os oralistas , a linguagem falada é prioritária como forma de comunicação dos surdos, indispensável para o desenvolvimento integral das crianças.Já que as mãos e os gestos são indispensáveis para comunicação dos surdos.

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  2. Caros alun@s!
    Gostaria de interagir com vcs lançando um questionamento:
    A língua de sinais é universal?Atravésdas pesquisas feitas a respeito de Libras, vcs arriscam uma resposta? Aguardo respostas para trocarmos informações. Abraço

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  3. A respeito do questionamento cito Audrei Gesser, autora do livro: Libras? que língua é essa? crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo; Parábola Editorial, 2009.

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  4. Como disse o poeta Leopardi, “à força de repetições, e, portanto, de hábito”, podem ser criadas oportunidades para reflexões e mudanças sobre algumas opiniões e também crenças daqueles que não estão ou nunca estiveram em contato com o surdo, a língua de sinais e a surdez. GESSER (2009,p.10). Bem interessantes as palavras da autora do livro: Libras? que língua é essa. Todos ouvem falar de Libras, sabem o que é, mas na realidade pouquíssimos se envolvem, parece ser um mundo a parte. Falar, pesquisar, incentivar sobre esse assunto é bem necessário.

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  5. Olá pessoal.
    Gostaria de fazer um questionamento.
    Qual as principais diferenças entre as abordagens oralista, de comunicação oral e de bilinguismo na educação de alunos surdos? Vocês podem complementar as respostas de seus colegas, com dados da internet.

    Abraço,
    Vinicius.

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  6. Boa noite,
    Sou a tutora a distância de Libras – Rubia.
    Parabéns pela realização da pesquisa. Excelente vocês terem agregado aos dados da pesquisa referencial teórico. Como questionou o tutor Vinicius, quais as diferenças entre o método oralista, comunicação total e bilinguismo? Esses métodos marcam em três grandes períodos da educação de surdos. É muito importante saber a distinção entre os mesmos. Pesquisem, aguardamos interações!
    Abraço

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  7. Oralismo era um método usado no séc. XIX, que os educadores daquela época acreditavam que o surdo deveria ter um comportamento parecido com o do ouvinte, para ser aceito e curado da surdez através da prática da fala, mas este método não foi muito aceito, pois não existia rendimento. Depois veio a Comunicação Total que era a utilização de sinais, leitura orofacial e o alfabeto digital, onde o surdo deveria escolher qual dos métodos ele mais se adequava, mas esta prática também não foi adiante, pois os surdos não conseguiam se aprofundar em uma maneira específica. E Bilingue é o método mais utilizado hoje, pois conciste na integridade da manifestação visual e gestual expondo a criança surda desde cedo a lingua de sinais, assim como uma criança ouvinte aprende a falar. O aumento de sua capacidade e competência linguistica que o ajudaráa aprender também a língua falada, fazendo assim do surdo uma pessoa bilingue desde criança.

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