sábado, 16 de novembro de 2013

Surgimento e História da Primeira Escola de Condor

Em meados de 1910, segundo relatos de moradores antigos, existiam em Condor duas escolas alemãs, uma na cidade e outra no interior (Rincão), as quais não constam em registros.

Em 1912, Hermann Faulhaber, administrador da Colonia Neu-Wurttemberg (hoje Condor), preocupado com um programa e metodologia de ensino adequado, convoca uma reunião para a construção de uma Escola, a Escola Palmeira Schule.

O primeiro professor da escola Palmeira Schulle foi Cristian Meinzolt, iniciando suas atividades em 07 de Outubro de 1912 até meados de 1920, no início ainda não havia um prédio escolar. As aulas eram realizadas em casas particulares. Escola e Igreja sempre estavam interligadas, onde pastores atuaram nas escolas e professores prestaram serviços a Igreja. O prédio desta escola foi inaugurado em 15 de fevereiro de 1914, era oferecido estudo da primeira a sétima série.

Em Outubro de 1920 Otto Friedrich Albrecht, natural da Alemanha, desempenhou a função de professor desta escola, onde lecionava todas as disciplinas em língua alemã. Após aproximadamente um ano introduziu aulas de língua portuguesa. Ocuparam lugar de destaque no seu trabalho a música e o canto, formou uma orquestra de gaita de boca na qual ele acompanhava com violino, contando com mais de trinta componentes, foram reconhecidos em toda região.

Algumas curiosidades desta época são que o ano letivo iniciava em Outubro, as férias de natal eram de aproximadamente três semanas, as férias de páscoa iam da quinta-feira santa até quarta feira posterior, e as férias da época de plantação consistiam em três semanas, iniciavam em setembro até início de outubro.

Durante a Segunda Guerra Mundial, desde 1942 até fevereiro de 1945, a escola esteve desativada. Em março de 1946, foi resolvido em assembléia a venda da propriedade escolar e a construção de uma nova escola ao lado do templo da Igreja Evangélica, onde foi realizada a filiação da sociedade escolar ao Sínodo Riograndense. Em 20 de abril de 1947 foi inaugurada a nova escola. Em 25 de Setembro de 1953 a entidade passa a ser denominada Sociedade escolar Sete de Setembro.

Esta Sociedade era uma escola particular, e a cada dez alunos matriculados havia uma vaga para crianças carentes da localidade.

Em 1970 foi implantado uma reforma de ensino em Condor, na qual o prédio da escola foi emprestado ao Estado, onde o pagamento dos professores passou a ser de responsabilidade  pública, já em 1972 foram enceradas as atividades escolares por causa de dificuldades financeiras e outras séries de argumentos da época, com isso o seu patrimônio social foi passado a Comunidade Evangélica de Condor, a partir daí funcionam neste local aulas de ensino confirmatório, culto infantil, reuniões entre demais atividades até os dias de hoje.Neste período os alunos foram encaminhados para outras escolas, a grande maioria para a Escola Agostinha Dill.
Escola Palmeira-Schule
Escola Estadual de Ensino Médio Agostinha Dill

Esta escola recebe este nome em virtude de sua primeira professora ser Agostinha Dill, mas nem sempre teve este nome. Em 1921 Agostinha Dill foi nomeada para exercer o cargo de professora da primeira escola publica da então vila Sete de Setembro (hoje Condor), em 21 de março de 1930 foi exonerada do cargo de professora municipal para exercer o cargo de professora estadual. Agostinha Dill iniciou suas atividades no salão de Elizabeth Toebe localizado na atual rua do comércio, após alugou uma casa de moradia na mesma rua, da qual uma repartição maior serviu como sala de aula. Em 1924 o casal José Pedro Dill e Agostinha Dill construiu uma casa localizada na atual praça Pedro Gaertner, na qual novamente funcionou a Escola Municipal Isolada Santa Terezinha. Em 1940, a Escola passou a funcionar no salão Pedro Gaertner, pouco tempo depois ainda na primeira metade da década de 40 voltou a funcionar num prédio de madeira onde hoje se localiza a praça, e dali em 21 de Abril de 1960 foi transferida para um prédio de madeira (Brizoleta), localizado no terreno onde ainda está situada atualmente a Agostinha Dill. Mais tarde os prédios foram ampliados. Atualmente, o espaço físico da escola oferece a possibilidade de funcionamento de doze turmas simultâneas, oferecendo o ensino da pré-escola até o terceiro ano do ensino médio.

Brizoloteca
Como citado anteriormente, em 1930 Agostinha Dill passou a exercer o cargo de professora estadual, mas a escola pública estadual foi criada  oficialmente em 13 de Agosto de 1940. Em 1966 , sua denominação é alterada para Grupo Escolar da Sede, e em 25 de janeiro de 1978 passou a ser denominada Escola Estadual de Primeiro Grau Agostinha Dill, no ano seguinte foi criada a Escola Estadual de 1 e 2 Graus Agostinha Dill.

É importante destacar que nos anos de 1975 a 1980 essa escola abrigou uma extensão do curso técnico de contabilidade do Colégio Evangélico de Panambi.

A Escola além de sua estrutura, conta com uma biblioteca, laboratório, laboratório de informática, refeitório, ginásio de esportes, parquinho de diversões, sala de vídeo.

Escola Agostinha Dill

Escola Agostinha Dill

Pátio Interno da Escola Agostinha Dill
Alisson Rogério Relly
Angélica Macedo
Daniela Cristina Strücker
Deisi Springer Pott
Odete Kreitlow Lobell

13 comentários:

  1. O início da preocupação com a educação na região que hoje é denominada Condor se deu no período da República (1889 a 1930). Porém é notável como a igreja sempre esteve a frente dos projetos, priorizando o ensino. Será que o governo nos tempos atuais está preocupado em ter um povo culto, com conhecimento e instrução?

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    1. Se o governo realmente estivesse preocupado, não ''passaria a mão na cabeça'' dos políticos corruptos, possibilitando que seus julgamentos virem em pizza. Além dos mesmos roubarem nosso dinheiro ainda possuem direito a muitas regalias, as quais saem do nosso bolso. Enquanto nós trabalhamos e estudamos tentando melhorar nosso país, pagando absurdos em impostos, bandidos que estão presos recebem salários bem maiores que muitos cidadãos que trabalham 44 horas semanais para receber um salário mínimo, então pergunto, com tudo isto, qual é o tipo de cidadão que o governo está incentivando? Pois, se não fosse isto, com certeza sobrariam muito mais recursos para investir em educação, para daí formar uma sociedade culta com conhecimento e instrução.

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  2. Notem que o surgimento das escolas de Condor teve ajuda de seus administradores mas foi essencial a iniciativas de cidadãos e da comunidade. Hoje a preocupação do governo é com que as pessoas NÃO apendam, se o povo se tornar culto será difícil governar, é mais fácil dar esmolas ao povo do que ensina-lo. Pior que isso é o governo interferindo negativamente (do meu ponto de vista) na educação. Professores até pós graduados abandonam a carreira para seguir em profissões que requer apenas ensino médio, porém pagam muito melhor. Ouvi o depoimento de uma professora que disse: "nos temos capacidade para passar em algum concurso e ganhar bem mais, mas se estou nessa profissão é porque gosto, pena ganhar tão pouco". Além das falsas ideias de inclusão e ensino politécnico (que na teoria talvez é excelente, mas na pratica tem aprovado alunos que não sabem nem o minimo necessário).
    Creio que apesar da educação ficar tão a desejar neste país, precisamos agir como as pessoas da época, se preocupar com a educação, observar o que nossas crianças estão aprendendo na escola e procurar auxiliar a comunidade escolar.

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  3. Olá pessoal.
    Nesta postagem, vocês relatam que em 1960 a escola funcionava como "brizoleta". Vocês poderiam descrever melhor este tipo de escola? Pesquisem e complementem as respostas dos colegas.
    Abraço,
    Vinicius.

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    1. Brizoleta vem de origem do programa “Nenhuma criança sem escola no Rio Grande do Sul” durante o governo de Leonel Brizola. Foi ele quem mandou erguê-las durante seu mandato como governador, entre 1959 e 1963. Sua intenção era varrer o analfabetismo no Estado, Brizola tomara referencia para o programa educacional o seu exemplo pessoal, “um sujeito pobre que nascera no interior do Estado, foi para a capital em busca de melhores oportunidades e venceu na vida graças ao acesso as oportunidades educacionais e ao trabalho”. Ele acreditava que se toda a população tivesse oportunidades semelhantes, se nenhuma criança ficasse sem escola, o seu caso que era exceção, poderia se tornar regra. As escolas conhecidas com “Brizoletas” tinham algumas características bem específicas, eram construídas em madeira e, no geral tinham uma ou duas salas.
      Percebo que além das dificuldades que o governo enfrentava na época, Brizola tinha plena consciência que a educação era fundamental para o crescimento do Estado.

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  4. Ok Deisi, muito bom comentário.
    Os colelgas podem complementar.

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  5. Para Brizola educar era promover a melhor forma do desenvolvimento econômico da região, de um estado ou de um país. Ele tinha forte convicção de que a educação é um eficiente e poderoso meio e instrumento de valorização e promoção social. Então, com as BRIZOLETAS (escolas simples, mas um ponto de encontro onde haveria instrução e conhecimento) seria possível que todos tivessem oportunidades educacionais e assim, nenhuma criança ficaria sem escola.

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  6. Ao assumir o governo do Estado, em 31 de janeiro de 1959, foi reestruturada a Secretaria da Educação e Cultura - SEC, criadas três su-perintendências: do ensino primário, do ensino médio e do ensino técnico, e adotado como lema de governo: Nenhuma criança sem escola no Rio Grande do Sul. O programa governamental tinha como meta escolarizar a totalidade da população com idade entre 7 e 14 anos e erradicar o analfabetismo.
    Além dos recursos orçamentários, a fonte de financiamento destas obras e atividades foi a instituição da taxa de educação, um adicional de 20%sobre todos os impostos estaduais; recursos do II Plano de Obras do Estado; recursos provenientes do Fundo Nacional do Ensino Primário - FNEP - recursos do fundo social da Usaid. Decorreu desse programa educacional a construção de prédios escolares, com características particulares, em todos os municípios do Estado que,mais tarde, se popularizaram como as brizoletas ou as escolinhas do Brizola.

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  7. Como minhas colegas comentaram Brizoletas foram escola criadas no tempo em que Brizola governou o Rio Grande do Sul. A intenção de Brizola era acabar com o analfabetismo no Estado. A criação das escolas foi apenas uma das medidas do governo, também foram contratados mais professores e disponibilizado bolsas de estudo. Para obter recursos para a realização deste projeto, foi necessário um significativo aumento de 20% de todos os impostos estaduais. As Brizoletas eram construções simples e de madeira como a vista na imagem presente nesta postagem.

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  8. Ok Alisson e Odete. Bons comentários.
    Álguém mais?

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  9. Como os demais colegas comentaram Brizoletas, foram milhares de escolas criadas por Leonel Brizola durante seu mandato como governador, entre 1959 e 1963, na tentativa de erradicar o analfabetismo no Rio Grande do Sul, eram escolas simples, de madeira, a maioria com apenas duas salas de aula, que tinham o simples intuito de levar educação a quem não tinha condições. Brizola acreditava que a educação seria a chave para mudar o Brasil de amanhã.

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  10. Para complementar mais um pouquinho vou falar um pouco mais sobre as famosas Brisoletas::
    Entre 1959 a 1963 e estado do Rio Grande do Sul, governado por Leonel Brizola, implantou um projeto na tentativa de erradicar o analfabetismo no estado, intitulado: “Nenhuma criança sem escola no Rio Grande do Sul”. Foi então que surgiram as chamadas “Brizoletas”, ou escolhinhas do Brizola, que gerou, além de grande número de contratação de professores, um grande aumento de matrículas escolares. Este processo sobrevive na memória de muitos municípios por todo o estado, como é o caso também do nosso município, Condor.
    As escolas tinhas algumas características bem específicas e muitas se situavam no interior dos municípios. Segundo Quadros², 2002,
    [...] Eram feitas em madeira e, no geral, tinham uma ou duas salas de aula. O projeto arquitetônico das Brizoletas era padronizado, podendo variar o número de salas de aula conforme cada plano de construção. No meio rural, com frequência, as condições e as possibilidades de acesso à escola eram, no geral, mais difíceis que no meio urbano. Os poucos prédios escolares, as grandes distancias e a participação das crianças nas atividades agrícolas eram empecilhos concreto à frequência normal à escola [...]

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